A seca aumenta as áreas de praia, mas causa prejuízo para a população
O fenômeno El niño é considerado o grande responsável pelas mudanças nos regimes de chuvas na região Amazônica.
De acordo com especialista, o El niño são alterações significativas de curta duração (
Os municípios que mais sofrem são os das calhas do Juruá, mas os municípios do Solimões também já começam a amargar as consequências da estiagem. A pior situação é de Benjamin Constant.
Em Tefé, o lago de Tefé está parcialmente vazio e a travessia para a comunidade de Nogueira, principal acesso para o município de Alvarães está comprometida. O acesso agora só se dá pelo Solimões, o que implica em mais tempo de viagem e aumento no preço da passagem, que aumentou de R$ 20,00 para R$ 30,00 (ida e volta). Resultado negativo também para os estudantes do município que estudam em Tefé...
O lago do Xindarini está completamente vazio. A travessia para o bairro do Abial, que normalmente é feita até esta época do ano de catraia agora é possível até de moto.
Ruim para catraieiros.
Para Luciana Cordeiro dos Santos, funcionária da Colônia dos Pescadores, Z4, a seca deixa mais longo o percurso de travessia. “É difícil a travessia. Durante o dia é muito calor, à noite, pra mim, como mulher, é perigoso, a iluminação é pouca. Prefiro o rio cheio às facilidades da seca.
Ruim também para o catraieiro Marcos Damasceno Fernandes, 25, há três anos na profissão. Com a seca ele foi obrigado a parar. “Agora o jeito é esperar o rio encher”, declarou.
Gilmar Willian Gomes Veloso, o Preto, gerente do frigorífico Frigopeixe, a fábrica do Papi, a seca está trazendo muitas dificuldades. Segundo ele, houve uma queda na produção porque os lagos secaram muito e dificultou o acesso ao gelo. “Estamos tendo dificuldade na retirada do peixe, na venda do gelo. Tivemos que montar outra estratégia para poder vender o gelo”, explicou.
Preto disse ainda que com a diminuição da produção, cerca de 50 pessoas tiveram que ser dispensadas. “Nós contratamos conforme a produção, se ela diminui as demissões são inevitáveis”, afirmou.
Mas se a seca para a maioria é sinônimo de prejuízo, para o cobrador Arlindo Maurício da Silva e para o montador Carlos Vilena, ambos funcionários da Ciclomóveis, a seca facilitou os seus trabalho. “Venho ao Abial pelo menos duas vezes por semana, agora posso vir de moto, isso facilita o meu trabalho”, disse Arlindo.
Bom também para os peladeiros de várzea, que durante a seca utiliza os espaços às margens e lagos e rios para praticar o esporte preferido, o futebol. Com a forte estiagem as áreas para a prática do futebol aumentaram significativamente.
Fotos acima: Lago de Tefé, Ponte do Abial e Lago do Abial.