27 de jun. de 2011

Fórum discute exploração de Gás e Petróleo da HRT em Tefé


 
Paulo Roberto, membro da Agenda Positiva de Tefé
Um evento realizado no último domingo, dia 26/06, às 09:00, no auditório da Escola Estadual Gilberto Mestrinho colocou frente a frente uma equipe de técnicos da petroleira HRT e a comunidade tefeense.
O Fórum promovido pela Agenda Positiva de Tefé com a HRT começou com uma explicação objetiva de como começou a empresa, os motivos que a trouxeram para a região, as etapas do processo de produção de petróleo e gás, bem como a fase em que se encontram as ações da empresa na região.
Entre os temas mais discutidos no Fórum pode se destacar os impactos sociais e ambientais provocados pela operação da empresa na região, a admissão de mão-de-obra local e os benefícios do município a partir das atividades decorrentes da produção do petróleo e gás: os royalties.
A equipe da HRT expressou as suas intenções em participar de projetos e atividades que venham a melhorar a qualidade de vida das populações, mas deixou claro que muitas das expectativas da população dependem mais de uma ação efetiva do poder público. “Parceria” foi a palavra usada para mostrar que a empresa está disponível para contribuir com o município.
O evento pôs fim nas especulações de que a empresa não estaria licenciada para as operações que vem realizando. A equipe explicou que a fase atual da HRT é de exploração (que na verdade corresponde a pesquisa na linguagem das petroleiras) e que para outras etapas: Produção, Transporte, Refino e Distribuição a empresa necessitará de outras licenças, que deverão ser concedidas dentro dos prazos devidos e do que exige cada etapa.
“A empresa não pode ter uma licença para uma etapa que ainda nem chegou”, explicou a equipe.
Paulo Roberto Souza, Coordenador de Proteção Ambiental do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, IDSM, e um dos participantes do Fórum Agenda Positiva explicou que a ideia do evento era provocar um debate com a HRT, e que segundo ele, o Fórum atingiu o seu objetivo, porque tanto a comunidade teve oportunidade de questionar como a empresa teve seu momento para responder e mostrar os seus projetos e explicar um pouco mais sobre as suas atividades na Bacia do Solimões.
“Agente sabe que a indústria petroleira gera muitas expectativas, movimenta muito dinheiro e nós entendíamos que havia pouco diálogo entre a empresa e a comunidade”, afirmou Souza. Ele disse ainda que a sociedade precisa estar preparada para participar das discussões e dos projetos que envolvem a exploração do Gás e do Petróleo, inclusive sobre a aplicação dos royalties oriundos dessa atividade.
Para Leonardo de Oliveira Mendes, professor de Geografia da Universidade do Estado do Amazonas, UEA, o Fórum foi importante para a comunidade saber em que ponto estavam as ações da HRT no município.
José Paulo Kastrup, representante da HRT Oil & Gas
 “Sabemos que os impactos sociais e ambientais são visíveis nesse tipo de atividade e é importante trazer essas discussões para a comunidade”, disse o professor, destacando ainda que espera que os recursos oriundos da atividade de exploração de Gás e Petróleo possam melhorar a qualidade de vida das populações em todas as suas dimensões.
Para Dom Sérgio Castriane, Bispo da Prelazia de Tefé, o Fórum é um tipo de evento que possibilita que a sociedade civil, a empresa, o poder público, as comunidades e o povo se coloquem juntos e possam esclarecer o que está acontecendo.
“A informação é extremamente importante. Todos os atores envolvidos precisam estar informados da dimensão do projeto, do que ele significa, os valores envolvidos, os impactos sociais, em fim”, disse o Bispo.  Dom Sérgio afirmou ainda que estamos assistindo à chegada de uma empresa com alta tecnologia e com uma engenharia social extremamente sofisticada, mas alertou para o capitalismo que ele define como agressivo em uma região marcada pela sua riqueza natural e que já testemunhou experiências negativas no passado.
Dom Sérgio destacou que o poder público não pode se esconder atrás das empresas porque os governos têm e precisam assumir as suas responsabilidades na saúde, na educação, nas políticas públicas, moradia e etc.
“A empresa paga seus impostos, o governo paga os royalties, mas a política pública é atribuição do Estado e dos Municípios”, disparou Dom Sérgio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário