13 de mai. de 2010

Mistério: Preso é morto na Delegacia Civil


A morte do protético Oscar Meireles Amora, 41, virou um grande mistério para sua família e toda sociedade tefeense. Preso no início da noite de sábado, por volta das 19:00 h, por atentado violento ao pudor, de acordo com o Boletim de Ocorrência, BO, da Polícia Militar, Oscar, teria se suicidado com a própria camisa pouco depois de levado à cela da Delegacia de Polícia Civil. Os familiares teriam sido avisados do suicídio do preso por volta das 22:00 h. O suicídio, entretanto, é questionado pela família da vítima e motivos ela tem de sobra para questionar a polícia e contestar a causa da morte, porque além do corpo da vítima apresentar diversos hematomas e suspeitas de agressão, o laudo do médico legista apontou a causa da morte como traumatismo craniano, devido ação contundente, o que, segundo a família, desmente a versão de suicídio.

O Delegado de Polícia Civil, em exercício, Gerson Lima, disse que a vítima poderia ter provocado a lesão batendo com a cabeça em alguma parte da cela e citou que em outra ocasião, ao ter sido preso em uma festa, a vítima teria feito isso para tentar comprometer a ação da polícia. A prisão foi confirmada por um irmão da vítima, mas ele negou que o incidente tivesse acontecido, porque, segundo ele, na época em que o irmão foi preso, ao sair da cadeia havia apenas hematomas de uma pancada no braço, segundo o irmão, sofrida pela ação de um policial e que, segundo ele, não havia nenhum vestígio de lesão na cabeça. O guarda municipal que estava na noite da primeira prisão confirmou a versão do delegado dizendo que os colegas que dividiam a cela com Oscar gritaram ao perceber que ele batia a cabeça contra a parede e que a ação do preso teria sido inibida em seguida.

A versão do delegado em exercício de que o preso poderia ter ocasionado o ferimento na cabeça, na opinião da família, se esvazia na informação da própria polícia, pois o sargento Leonildo Fragoso afirmou que não foi encontrado vestígio de sangue na cela. Ainda de acordo com Gerson Lima, a própria polícia civil teria solicitado a necropsia, o que, segundo a família não é verdade porque, de acordo com os familiares, o pedido da necropsia teria sido feito pela família e não pela polícia.

“Se o meu irmão foi morto por suicídio, por que a polícia não se preocupou em registrá-lo enforcado como eles alegam tê-lo encontrado? Por que a polícia se preocupou em colocá-lo em uma urna? – será se eles queriam esconder alguma coisa? Será se eles achavam que nós iríamos aceitar a versão de suicídio como verdadeira e enterrar o nosso irmão sem fazer uma observação no corpo e uma necropsia para avaliar a causa da morte?”, questionou uma irmã da vítima.

De acordo com Gerson Lima a ação de tirar o corpo do local do enforcamento teria sido na tentativa de prestar socorro, mas que em seguida se notou que o preso já havia falecido e que só então foi feito o registro fotográfico e solicitado o S.O.S. Funeral do serviço de Assistência Social do Hospital. A versão do delegado se confirma na versão do Guarda Municipal Elbio Oliveira de Pinho. Ele confirma que na hora da troca de serviço com o colega J. Fonseca o mesmo teria ido confirmar a situação passada pelo colega e que no momento que observou a cela de Oscar ele estaria enforcado e que na tentativa de uma possível tentativa de resgate teria tirado o preso da situação de enforcamento. Ele é taxativo em dizer que a polícia entregou o preso com plena integridade física e descartou a possibilidade de homicídio por parte da polícia. “A guarnição entregou o preso e eu o conduzi até a cela e só fomos observar o Oscar quando outra guarnição chegou com outro preso”, disse.

O motorista da viatura do Serviço S.O.S. Funeral, Antônio Marques disse que a polícia não se mostrou preocupada em colocar o morto em uma urna e que ele teria ido até a delegacia, após saber do óbito, para saber se era para levar a urna ou não e que obtendo a resposta positiva da polícia teria levado-a e conduzido o corpo até o hospital.

O funcionário da Ação Social, Jansen Litaif disse que o serviço de S.O.S. Funeral é para atender famílias carentes que não tenham condições de custear as despesas de funeral e que nesse caso ou a viatura da polícia ou uma ambulância deveria ter sido usada para conduzir a vítima até o hospital. Disse ainda que a função do S.O.S. Funeral é conduzir o morto do hospital para o local do velório ou do velório para o cemitério. O funcionário informou ainda que em um caso recente o serviço foi usado para remover uma vítima de suicídio, porque, segundo ele, teria sido para atender um pedido da família e na presença da polícia.

Procurado por nossa equipe de reportagem, o Cel Marque James Frota, Comandante do 3º Batalhão de Polícia Militar disse que soube do caso ainda em Manaus, onde se encontrava a serviço e que logo que tomou conhecimento dos fatos solicitou ao seu substituto que tomasse as providências cabíveis.

Segundo o Coronel, todas as medidas estão sendo tomadas para que os fatos se esclareçam. “Corregedoria será acionada em Manaus para que alguém possa vir ao município e esclarecer os fatos para a comunidade. Assim como a população, o Comando da PM também deseja o esclarecimento dos fatos e se ficar provada a culpa de algum PM, certamente ele será punido”, destacou.

Um comentário:

  1. justiça será feita!!! Oscar Amora não merecia
    uma morte tão cruel...e os culpados serão
    descobertos,pois a família não vai descansar
    enquanto isso não for esclarecido...

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