10 de dez. de 2010

Ex-aluno da UEA de Tefé é assassinado em Manaus


Wellington Dhiego graduou em Matemática e foi tentar a vida em Manaus
O sonho do curso superior ainda é o principal horizonte para os milhares de interioranos espalhados nas diversas calhas dos rios que compõem a imensa bacia amazônica. Romper a distância e superar as dificuldades da primeira experiência de morar longe do aconchego da família e de amigos, da comodidade e de outros privilégios que é está em casa vem sendo um desafio cada vez mais comum para as dezenas de jovens de municípios que convergem para Tefé.
Dhiego com mendigo em Manaus
Na maioria dos casos, a formação no magistério é mais uma escolha pela falta de opção em outras áreas do que a vocação pela profissão de professor. Ainda assim, a conclusão do curso é quase sempre uma garantia de renda, o que poderá facilitar, sobretudo para os mais jovens, o acesso a outras formações e a perspectiva de atuar em outras áreas.
Foi assim com o jovem de Jutaí, Wellington Dhiego, 24. Formado há dois anos em Matemática, pelo Centro de Estudos Superiores de Tefé, da Universidade do Estado do Amazonas (CEST/UEA), ele sonhava em cursar Engenharia, mas vir para Tefé naquele momento era mais cômodo. Com o curso de Matemática e uma renda como professor, a engenharia seria um sonho faço de se realizar, não fosse a trágica interrupção de sua vida. Dhiego foi morto com um tiro na nuca, na noite de segunda-feira, dentro do próprio carro, na Rua Nova Olinda, bairro Petrópolis, Zona Sul de Manaus.
De acordo com o chefe de investigações da Delegacia Especializa em Homicídios e Sequestros (DEHS), Éber Serrão, o motivo do crime ainda não está claro, embora a família da vítima afirme que Wellington tenha sido vítima de latrocínio (roubo seguido de morte).
Dhiego, que era professor em Manaus, foi morto por volta das 19h20, do dia 22 de novembro. Para a família não há dúvidas de que ele foi vítima de uma tentativa de assalto, embora objetos como notebook e celular não tenham sido levados. Para a polícia, entretanto, o caso é um mistério, pois de acordo com informações da DEHS, o professor foi visto com duas pessoas na drogaria Angélica. Os dois estariam em sua companhia, que, segundo uma testemunha, teriam correndo logo após o crime.
Segundo a mãe de Wellington, a professora Maria Rosa da Fonseca, 55, o filho teria ido a uma drogaria, não trancou o carro e, quando voltou encontrou um assaltante dentro do carro dele. “Soubemos de informações de terceiros e acreditamos que iriam assaltá-lo. Só não sei o que ele fazia lá, porque o caminho para casa era outro”, explicou.
O corpo de Wellington foi velado na igreja Divino Espírito Santo, no bairro Coroado, Zona Leste. Ainda de acordo com a mãe da vítima, Wellington era professor de matemática na escola Joias de Cristo. ele iria prestar concurso para a Secretaria de Educação (Seduc) e ainda pretendia fazer faculdade de Engenharia. O rapaz saía da escola por volta das 18h.
Na segunda-feira, por coincidência, ele deixou de fazer a aula de natação no próprio colégio. O professor é filho do vereador Sílvio Gomes de Oliveira, do município de Jutaí (a 600 quilômetros de Manaus).
Para Iberson Costa, também do município de jutaí, que conviveu com Dhiego ao longo de quase toda sua vida, resume o jovem como uma pessoa extremamente solidária e muito estudiosa. “O Dhiego tinha uma capacidade incrível de participar de atividades de solidariedade.
A ex-namorada e colega de faculdade de Dhiego, Glória Ribeiro Reto, de Alvarães, o definiu como um menino grande. “Ele era um exemplo de pessoa, bom aluno, extrovertido e benquisto por todos”, afirmou.


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